Fotografia!
Sou artista, lembra? Pois então, aqui nesta aba irei postar trabalhos em outras áreas por onde atuo, neste caso, a fotografia (amadora). Das áreas em que atuo, digo que a fotografia é "amadora". Mas por quê? Porque é algo que ainda estudo, pratico e que quero muito me aprimorar - além de adquirir instrumentos melhores para tal, afinal, tiro fotos com o que tenho (IPhone SE) e tirava com o que tinha (Zenfone Live ZB501KL)...
São limitações. Momentâneas.
Mas como a fotografia surge para mim? Não sei ao certo. Gosto de pensar que foi quando assisti "Assunto de Família", do cineasta japonês Hirokazu Kore-eda, e também quando comecei a estudar o cinema, a pintura e a fotografia mais a fundo. Kore-eda foi o início, com seus planos filmando o que chamo de detalhe-cotidiano, mas logo depois veio o a fotografia de corpos em Robert Bresson, a natureza em Andrei Tarkóvski, profundidades em Jean Renoir, a foto do Outro nos filmes de Walter Salles e também na fotografia documental nos trabalhos de Eduardo Coutinho; ao mesmo tempo, descobri o que chamo de "trabalho de diferença" do fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto (veja "Mar do Caribe, Jamaica") e as sombras, ângulos e a foto do Outro (como em Salles) presentes na obra do fotógrafo chileno Sergio Larrain. Na pintura, voltei meu olhar paras as obras do "trio russo" Iliá Répin, Ivan Shishkin, Ivan Kramskói, dos holandeses Johannes Vermeer e Pieter Buegel, O Velho, e do belga James Ensor. Cito também como influência os escritos do arquiteto Juhani Pallasmaa, dos filósofos Friedrich Nietzsche e Byung-Chul Han, a poesia de Manoel de Barros e Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa) e também as reflexões sobre o teatro e a arte de Peter Brook e Antonin Artaud - influências essas que reverberam, de maneira diferente, nos outros trabalhos que faço (atuação, direção, escrita, etc.).
São muitos nomes e obviamente a lista não é definitiva - tenho muito a conhecer/aprender e alguns podem sair (por que não?). Sigo o que Larrain sugere ao seu sobrinho: "E vá juntando poesia, sua e a dos outros, pegue tudo o que encontrar de bom nos outros. Faça uma coleção de coisas ótimas, um museuzinho numa pasta" - é o que tenho feito, vejo de tudo, escrevo, reflito, provoco e, principalmente, crio.
Muitas dessas fotos que tirei - e também os outros trabalhos em outras áreas que faço - você consegue encontrar no meu Instagram, geralmente acompanhada de um texto (mas nem sempre).
Seja bem-vindo a este lado.
TEXTURAS
Fotos feitas com Iphone SE e Zenfone Live ZB501KL
Inspirado nos textos do Arquiteto Juhani Pallasmaa, tento nessas fotos captar matérias e superfícies. Pesquisa que anda junto com o trabalho "Casas", "Texturas" busca encontrar pedaços impuros, não planos, não neutros, potentes, limítrofes, silenciosos, desgastados; pedaços que concretizam a passagem do tempo.
CASAS
Fotos feitas com Iphone SE e Zenfone Live ZB501KL
Buscando lares mais do que meras residências, "Casas" são vestígios e recortes de locais que escapam à modernidade excessiva e, portanto, trazem aspectos mais vivos, convidativos ao ter, impresso na superfície, a identidade daquele que ali reside. Enquanto a casa hiper-moderna tenta satisfazer todas as nossas necessidades e impedir (em vão) as marcas do tempo, esses lugares antigos e tradicionais tendem, justamente através dessas marcas temporais e rastros de existência, a transmitir essas vivências, memórias e identidades; sua "postura" não é arrogante, não tenta a perfeição e a completude, pelo contrário, é a potência, através dos detalhes-cotidianos, que me atrai.
PRETO & BRANCO
Fotos feitas com Iphone SE
Exploração do Preto/Branco na fotografia. Em alguns momentos são fotos de um cotidiano distanciado, em outros eu me aproximo do detalhe, dos rastros, brincando com ângulos, níveis, linhas, etc.